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Arte em Oficina

Arte em Oficina

Durante o período letivo, por meio dos Projetos Vida, oferecem-se diversas oficinas para os alunos, visando a estimulá-los e instigá-los a novas aprendizagens, num contexto diferente do da rotina escolar.

No primeiro semestre, realizaram-se as oficinas de Arte, ministradas pela professora Ingrid Boer Bonetti. Além de sensibilizar os participantes para os temas propostos, estabelecendo correlação com outras áreas do conhecimento, as atividades contribuíram, por meio da reflexão, para o enriquecimento cultural e social e para o desenvolvimento artístico dos alunos. Do trabalho, resultaram peças belíssimas, disponíveis à apreciação de todos.

A oficina aplicada aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, intitulada “Esculturas — Escravos das Minas", reportou-se ao tema do projeto dessa série sobre um estudo da exploração do ouro na cidade de Ouro Preto e seu uso na ornamentação de igrejas no estilo barroco. Essa vertente de estudo do projeto inclui viagem às cidades históricas de Ouro Preto e Mariana.

A oficina "Esculturas — Escravos das Minas" teve, como objetivo, focalizar os rostos dos escravos das minas de ouro. “Sabendo que não poderíamos contar com registros fotográficos do rosto desses escravos, escolhemos buscá-los nas ilustrações de Debret”, comenta a professora e completa: “A técnica da escultura em argila permite modelar. Isso significa que temos maior mobilidade de reparar erros, pois a argila possibilita tirar, colocar, cortar, desconstruir, reconstruir. Assim, uma vez que alguma parte da anatomia da escultura não satisfaça àquilo que estamos buscando, temos a possibilidade de reinventar.” Vale destacar que Debret foi um importante artista plástico — pintor e desenhista — francês. Viveu 15 anos no Brasil, durante o século XIX, e suas obras formam um rico acervo para o estudo da história e da cultura brasileira da primeira metade desse século.

Cada participante da oficina procurou desvelar esses rostos de uma época, de uma etnia e de uma história distantes, tentando, por meio das mãos e de instrumentos chamados estecas, imaginar um pouco desses sujeitos e imprimir-lhes vida, através de expressões do olhar, da curvatura da face e dos sinais do tempo.

"Seres que Emergem da Terra"

A oficina de performance e fotografia "Seres que Emergem da Terra", oferecida às 2ª séries do Ensino Médio, foi inspirada em um fragmento de texto do escritor Henry Miller, conhecido também por ensaios de literatura e arte.

Parafraseando H. Miller, o fragmento escolhido diz "Nos subterrâneos, embaixo das mais profundas fundações, existe uma raça de homens...são eles escuros, sombrios, apaixonados... emergem das entranhas da terra enquanto tudo desmorona e vira pó. Se você é capaz de ser um verme, será capaz de ser um Deus."

"Pensando na flora do Cerrado Brasileiro, estudada por esses alunos no decorrer do semestre, como tema dos Projetos Vida, elaboramos uma oficina de tripla natureza: performática, porque os alunos interpretariam os seres descritos no texto do autor; plástica, pois se fez um trabalho de interferência corporal com argila e materiais naturais, como flores, folhas, cascas de árvores e galhos; e fotográfica, a partir do olhar do fotógrafo Fábio Torigoi sobre os enquadramentos e as demais técnicas da fotografia, com o objetivo de atingir o resultado poético, que se pretendia", explicou a professora

"Criamos uma atmosfera cenográfica obscura, através da luz e do barro, pensando em elementos naturais com poucas cores vivas. Utilizamos, inclusive, spray dourado nas plantas que ornamentaram as cabeças dos alunos com penteados esculturais, realçando-lhes o rosto, o olhar e as mãos, que clamam por vida!", comentou Ingrid.

Bruna Dibbern de Campos Silva, que já participou de outras Oficinas de Arte do CLQ, comentou: “Acho que é uma grande oportunidade para quem quer ter contato com a prática artística e conhecer mais. Essa oficina trouxe uma novidade para mim que é a dramatização para as fotos, ou seja, um pouco de teatro, também. O resultado foi impressionante, principalmente por não se tratar de um trabalho profissional, mas de alunos do Colégio. Acho muito importante para nós, alunos, que o CLQ continue proporcionando oficinas dessa qualidade.”

Parabenizamos a professora Ingrid e os alunos que participaram das duas oficinas pelo resultado: trabalhos belíssimos, originais, de pura arte.

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