A Fazenda Ibicaba, fundada em 1817, no município de Cordeirópolis, constitui ótimo lugar para estudar alguns aspectos da história do Brasil, já que ela foi a pioneira na substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes europeus. Como decorrência, tornou-se uma das mais importantes colônias do Brasil, não só pela relevância econômica na produção do café, mas também por haver estabelecido, com os imigrantes, os primeiros contratos desse novo Sistema de Parceria. Imersos nesse ambiente histórico, os alunos do 4º ano, no dia 27 de agosto, voltaram cerca de 150 anos em nossa história, conhecendo vários aspectos dela por meio de dramatizações. Com a orientação de um mapa, estiveram em vários pontos da Fazenda, como a Senzala, a Capela, o Mirante, o Galpão (com máquinas para beneficiar o café), a Tulha, a Casa e o escritório do Barão. Devido à chuva forte desse dia, avistaram, apenas de longe, a casa dos colonos. Em todos os ambientes, monitores/ atores narraram e dramatizaram histórias vividas nos locais. "Gostei muito de conhecer a senzala e as histórias dos escravos, embora tenha achado muito triste. Vimos o Barão e o que ele fazia. Foi superlegal. Aprendemos várias coisas sobre a escravidão, sobre a fazenda, sobre a plantação de café. Fizemos, também, algumas atividades, como uma de Ciências: aprendemos a separar o lixo e a fazer seu descarte correto", contou Sofia Elias Spers. "O Barão falava que não era ordem dele judiar dos escravos, mas não fazia nada para isso não acontecer. Foi muito interessante conhecer a Fazenda. Vimos a senzala, da torre do mirante; ouvimos o capitão do mato, quem dava as ordens aos escravos e neles batia quando tentavam fugir. A história dos escravos é muito triste. Aprendemos também sobre os imigrantes e, de longe, vimos as casas em que moravam", contou Hiroaki Torigoi. Os dois afirmaram que essa viagem se tornará inesquecível, pois conheceram, in loco, a senzala e as histórias dos escravos. Sofia confessou que até teve vontade de chorar; por isso pensa que isso nunca mais deva acontecer. Hiroaki concordou e acrescentou que ninguém deve permitir que façam isso novamente. Contaram que estão estudando a imigração, a escravidão e a colonização brasileira e que a viagem foi muito interessante, já que é mais divertido aprender assim, vivenciando a História nos lugares importantes para sua profunda compreensão. Ainda em Ibicaba, os alunos, após debaterem sobre sustentabilidade, reciclagem, crise energética e saneamento básico, em grupo, participaram de uma Oficina Vick Muniz, criando trabalhos com lentilhas, quirera, feijão preto, açúcar e café, entre outros alimentos.
